quinta-feira, 24 de maio de 2012

No limite da consciência.



A ciência de viver
a dúvida (é)
a dívida (da)
alma...
a pretensão de querer ser,
a procura ao que desperta
querer ser mais
querer mais
querer

A consciência,
alma aprisionada no corpo
a procura do novo
para se transformar
crescer, perecer e reviver
e transbordar...
chorar
tremer
suar
gozar


terça-feira, 3 de abril de 2012

Nan Goldin

Exposição de fotografia de Nan no Mam...


Imerge nos mundos particulares de gente comum. Depois manda à tona estatizada num momento a verdade destes mundos. Verdade que pertence a todos, a cada um, dentro de seus próprios mundos e submundos.

Dentro e fora de contexto. A vida como a vida. As vezes real demais. Por vezes tão real que parece de mentira se tratar.


A vida em detrimento da morte. E quando a morte se faz presente e rodeia faz muito mais sentido comemorar a vida. E cada aniversário é de tão grande necessidade. Não para contar os anos, mas para comemorar o ano vencido. Mais um ano que se venceu a morte.


Permeando este intervalo - a vida.

Nua e crua.

Sem gênero,

Sem sexo.

Amores e desamores.

Feio e belo.






domingo, 11 de março de 2012

Querer amor por vaidade

Onde está aquele amor?
Aqui ainda esvaindo sem que vejas
Sem tua vaidade a vampirizar e sugar,
Este amor escorre e morre...
O que fazer da vaidade?
Engole seca junto com a ignorância
De pensar que de que o mundo se trata
de suas dores...apenas...
Há penas...
Flores mortas...
Este amor, aquele amor
Que transborda e desperdiçado escorre,
No teu colo regaria,
Floresceria neste jardim mais flores
Amarelas...multicolores!

Onde está aquele querer?


sexta-feira, 2 de março de 2012

Tempo

             A música fala sobre tempo. Tempo... entre os dedos ávidos por segurá-lo. Mas ele se esvai... E vai. Sem volta. A expressão "correr contra o tempo" parece estranha. Tempo vai... tempo vem. Hora vai, hora vem. Mas isso não é verdade... porque o tempo é. E nada mais. O tempo é a atmosfera e está ao nosso redor. Como a água para um peixe. Nadamos no tempo, mergulhados nas horas. O tempo é como um rio de correnteza forte que nos leva. Não dá para não nadar contra(ou correr contra) o tempo. Podemos ir mais rápido no tempo, mas sempre adiante. Contra é mais difícil. 
            Olhar para traz. Ver o tempo passado e perceber erros de quem ficou para traz no tempo é importante para ficarmos mais à diante no tempo. Porque o futuro é feito de história. Olhar em frente. Agora é o momento. Um momento é um resumo da eternidade que nos conduz a decisão de que/como/o que agora é feito o futuro. O futuro é sempre agora e o passado também. E a nossa volta o tempo... essa energia que cintila  à volta dos seres. É o que na verdade nos trás à vida. 
            Somos porque o tempo é.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

life. always on...

Seria bom poder apertar um botão de "turn off" na vida... só de vez em quando... e ficar só olhando a vida passar. Pensar no amanhã a todo momento esquecendo que é todo momento que se faz o agora.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Amolando facas.
Não amola!
Facas não
Amolando não.
Não amolado dói mais...
Não, amolado dói mais...
Facas não amoladas
Dói mais amoladas
Mais amola
Não amola faca
Amola amolando não
Facas
Amolando
Não
Amola
...dói


domingo, 29 de janeiro de 2012

?

De fato, não sei o que está acontecendo.
Acontecendo de fato
Não sei
Não sei de fato.
Não sei, de fato.
O que de fato.
O fato acontecendo.
Não acontecendo
Está acontecendo
E eu
De fato
Não sei

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Com a cabeça na luz


Hoje olhei para minha varanda e no chão, tantos insetos mortos. Varri todos para o lixo, pensando na inutilidade  de suas vidas enquanto insectos. Existem tão somente para fazer parte de uma cadeia alimentar. Enquanto isso, como extasiados, procuram a luz da lua e a seguem. Mas de tão inúteis nem sabem destingir a luz da lua com outra luz qualquer, por mais tênue que seja. Mas a lua nunca os mataria pois nunca chegariam até ela. Que maldade do ser inventor dos instintos que não pode prever para os insetos voadores as luzes artificiais!

Mas ao pensar nisso, ocorreu-me que acontece o mesmo ao ser humano, dito pensante e muito útil, que em busca de uma luz maior tem buscado tantas outras coisas com brilho tênue e/ou inexistente, com a certeza de chegar por estes meios esta luz de lua a que chamam felicidade.
Batem a cabeça em cada peça, em cada esquina, em cada material transformado em objeto que rondam e completam a sua existência, para assim a pouco e pouco morrerem mais um pouco.
E nem este  ser(humano) instintivo. Talvez estejam mais para institucional. E enquanto isso, a luz suprema, a luz da lua, a luz da felicidade sincera fica esquecida, escondida pelo artificial, pelo superficial. Esquecemos que o profundo é o que é de mais elevado!

Talvez, aqueles insetos, não estejam tão errados. Foram, de qualquer forma, morrer perto da luz, seja ela qual for.
O racional morre pelos meandros...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

- Quanto guardo do que não consigo entender. Alusões, desilusões, deslumbramentos, afeições. Não sei quanto. Não sei porque guardo em mim sentimentos inúteis, que escorrem por entre os dedos. Como gelo. Frio. Sentimentos frios e ininteligíveis... escorrendo por entre os dedos lentamente. Se esvaem. Se transformam gota a gota... mas não se explicam. Não existe nada sólido que não se desfaça. O que sobra, aquela lembrança.... do sólido à solidão.